quarta-feira, 6 de maio de 2009

A quase história daquele cofre

..........Quando se encontra um cofre jogado na rua, todo tipo de obviedades aparecem. O que há de valioso dentro? Como veio parar ali? Ladrões perderam sua carga? Receberei alguma recompensa por tê-lo encontrado? Será que o dono vai aparecer ou podemos arrombar agora?

..........Neste caso, quando a mídia inventa suas explicações e a polícia fica olhando para o fim da rua como se fosse aparecer alguém gritando com uma chave na mão, um cofre no meio da rua não passa de entulho estorvando a passagem. Mas sempre há a esperança de que guarde muito dinheiro, ou um corpo, ou qualquer coisa que valha uma história.

..........Porém, não foi bem assim. Se tivessem examinado com menos impulsividade, saberiam que tudo não passava de lixo. O cofre enferrujado, largado sem cuidados ao lado de um poste, numa calçada de bairro classe média não podia ter mais que duas moedas, dois cruzados, coisa que nem criança tem vontade de brincar.

..........Só que criança vê as coisas diferente. Desde o começo já seria uma mirabolante história de submarino, ou foguete espacial, ou trenó de corrida na grama. Mas elas não podem chegar perto. A polícia afasta as pessoas e os pais dizem para voltar para dentro.

..........Assim foi quando duas moedas fecharam mais um dia de expectativas frustradas.

06 de maio de 2009

4 comentários:

camila f. disse...

que ótimo!

Nida Ollem disse...

Como disse, tais ficando bom nisso de crônica!

Unknown disse...

Singelo. Ficou bonito.

Nida Ollem disse...

Esse não se chamava "A pseudo história daquele cofre"??